dezembro 03, 2011

Sinto...

Sinto dor...

Um dor que não passa. Não me lembro de quando ela começou... Muito menos quando se tornou tão insuportável.

Tudo que sei é que ela existe e consome mente e alma. Sinto a agonia dentro de mim por não poder tirar essa angustia.  Um parto que são as lagrimas para nascerem, tão necessárias e vivas dentro de mim.
Tudo que preciso é chorar, mas chorar de modo que toda a tristeza que está em mim e me consome, seque. Muita agua dentro de mim, e essa água que me leva a insanidade. Onde já se viu alguém ser apenas a angustia da existência?

Frio um frio que jamais termina, e nada é capaz de aquecer. Com dói. Ouvir as notas da melodia triste de Nico Muhly e sentir a necessidade das lagrimas que não correm.  Por que essa dor por quê? Eu não aguento mais, essa angustia!

Queimo em silêncio com minha castidade perturbadora de pensamentos incertos pois não me permito o sentir apenas a mera representação de um sonho que não se realiza. Culpar os demais é fácil quando se tem convicção de que você é a luxúria e o orgulho encarnados. Mas e se não for verdade? E se a verdade forem que não existem pecados reais em minha alma, e que as virtudes tentam ser mais fortes mais o nada, a ausência de certo ou errado prevalece.

Quem sou? Eu sei quem sou! Mas por que não posso ser! Onde está a magia e o poder?! Por que o glamour é tudo que posso mostrar para ser aceito? Uma piteira com um cigarro queimando na ponta vale mais que um incenso ardendo no altar. Onde está minha crença? Onde estão todos os meus deuses?! Escutem-me senhores e senhoras eu lhes suplico! Sei que me dão a fartura e a felicidade, a saúde e a família, e não lhes poderia pedir nem mesmo uma brisa a mais, porém não aguento e lhes peço  algo perigoso.

Sentimentos, sentimentos, sentimentos.

Quero sentir algo mais que o medo descontrolado ou a felicidade passageira. Quero sentir o amor, o amor é só o que peço. Não façam de mim uma tragédia! Façam de mim alguém que consegue chorar como antes, devolvam-me meus contos de fada, minha inocência. Minha pureza ainda está aqui por que só ela?
Peço pelo abraço durante as noites frias, pela mão estendida no escuro da madrugada quando meus pesadelos mais soturnos me assombram.  Por que não posso ter a pele! O toque me foi proibido e por que senhores e senhoras? Foi pela minha infância que pulei? Pelas memórias que arranquei de mim?! Por quê?!
Onde ele está?! Aquele quem espero? Por que não posso ter minha felicidade para sempre como aquele dia de sol no parque onde tudo que tinha era eu e ele. Mas ele, não era o Ele, era apenas uma representação, uma projeção se um sonho.

E projeções desaparecem sobre a agua. Não adianta eu me enganar com um após o outro. Por que eu não quero que de certo?! Foram 3 que me amaram e eu assim que soube os excomunguei de minha vida. Tudo isso só para sentir o valor da perda e deseja-los mais. Porém não é assim que funciona não é mesmo?
Então como é? Como se ama?! Diga-me! Ensina-me a amar! Amar alguém como eu já pensei amar! Eu sei que a dor do amor é infinita perto da dor do vazio, mas o vazio está me matando! Tenho de arriscar!
Onde está o amor?! Onde está meu amor? Em uma cela longe enclausurado na escuridão? Onde está?  “Por que não escreve?” posto em letras tortas por Hanna Schimitz; Por quê?

O que é tão difícil de encarar em mim? Minha loucura? Meus sentimentos loucos e desenfreados? Diga-me! Por que não me olha nos olhos?! Seu falso tolo quem é você para dizer-me meu passado ou futuro, por favor, eu clamo.

Atenda-me, fale que faço a diferença! Mas não para mim! Faça real! Dentre todos que passaram de importante eu tenho a alma, ou um pote de corações com uma palavra que os lacra. Alguns nunca me pertenceram, mas eu guardo um pote vazio com a promessa de que um dia poderia ter existido algo além de um beijo na madrugada.

Dentre as palavras; Olhos verdes, Modelo, Toque, Peito, Felino, Bailarino, Fútil. Em ordem reversa eu falo que eles foram algo mais, eles foram o desejo, a ideia. Mas nada, além disso. Uma ideia torta que eu colocava em minha cabeça. E repetia, “vai dar certo,  vai dar certo” e quando vi já estava novamente com a faca em minhas mãos e o sangue por toda a sala. Eu havia me esfaqueado novamente e colocado à culpa neles!

Cada corte tem um nome.

As cicatrizes não existem em minha pele, pois essas quebrariam minha mascara de vaidade. Não os cortes são mais profundos. Estão cravados em minha alma.

Por favor, tudo que peço é amor. Peço por amar, e ser amado, pois disse um garoto, um garoto estranho e encantado; “A coisa mais importante que se pode aprender é;  apenas amar, e ser amado.”