As vezes eu acho que já li o livro da vida de trás pra frente e que eu sou autossuficiente que já experimentei de tudo e de todos. Quatro anos de experiencias intensas, meias histórias um acumulo de mentiras de um colegial de memorias forjadas.
Já chorei, já quis me cortar, já me olhei no espelho e desfigurei meu rosto milhares de vezes, já vesti todas as roupas, todos os personagens milhares e milhares de vezes, mas na real eu não sou nada. A unica vez que eu me coloquei nu, despido de todas as minhas mascaras e fui totalmente sincero sobre quem e o que eu realmente era eu fui desacreditado. Não, eu estava ali frágil no quarto escuro só a lua iluminava meu rosto e o dele, eu podia ter sido o personagem perfeito e não eu fui sincero.
Pela primeira vez não tive medo de falar meu verdadeiro nome, não estava inseguro, eu estava pleno e satisfeito acreditando que cada milimetro do meu corpo seria finalmente livre. Mas o espelho foi rebatido e a verdade era a mentira e nada mais fazia sentido, pois o Não foi tudo que recebi em retorno.
Sem lagrimas, sem cicatrizes, após um 2012 de muitas feridas eu não sentia nada, eu estava na carne e a verdade não significou nada. Eu achava que era mais frágil, eu me achava mais fraco, a insegurança deixou de existir e só o desejo a frustração a incapacidade de ascender à Lua me preenchiam.
O gosto amargo do tabaco, o gosto do café, o gosto doce, o suor e nada mais existia, a mentira se tornara a verdade e nada mais importava pois pela primeira vez eu acreditei em mim mesmo e isso não importava pois nunca mais faria sentindo.
É muito louco que após uma noite a bula do remédio não faça mais sentindo, por um instante pensei que seria só mais uma noite à dois, durante parecia algo mais, após parecia que nada havia acontecido. Simples queimar o livro das 4 regras de Marina, o fato é que a solidão é algo que não consegue seguir as regras, é como um enorme monstro que vai devorando tudo que vê envolta e aumentando o nada.
Prometi à mim mesmo que não sentiria a agonia que senti no ano passado novamente. Seja como o bobo apaixonado ou como o fantoche velho e usado.
Agora não sei se fico procurando brechas na madeira com as pessoas que passam ou se realmente existe uma fechadura para solucionar tudo isso... Quem sabe a chave que eu pensava ter perdido tenha sido encontrada agora por que era esse o momento... Só o tempo dirá....