janeiro 10, 2014

Pacto. Troca. Contrato.

Incapaz?

Quanto vale uma vida? Um sentimento? Uma amizade? Um alguém...

Uma vez disse a mim mesmo; se você mentir, e acreditar com todas as suas forças nessa mentira, então ela deixa de ser mentira e se torna a mais dura e verdadeira realidade, ao ponto de algumas vezes, você nem ao menos lembrar se em algum momento foi diferente dessa.

O ser humano é realmente uma criatura mágica, devido ao que pode construir e destruir apenas com sua mente e suas palavras, um espelho pode ser a arma definitiva para coisas que você pode se arrepender para o resto de sua vida...

Somente quem viu as criaturas do outro lado do espelho pode entender o poder e o quão perigoso esse é para si, e para todos a sua volta.

Pessoas fazem coisas terríveis em seus momentos de raiva, de luto, de auto-destruição. E muitas vezes proferimos palavras que não queríamos ter dito e nos arrependemos assim que saem de nossas bocas mas é tarde demais, você já disse... E se nesse momento você realizar exatamente o que desejou?

Qual o preço dos tratos que tem feito? Tudo pode ser obtido pelo preço certo, não importa o que deseja, pode conseguir o que quiser... Mas nem sempre você suporta o preço do que desejou... Daquilo que pediu com tanta vontade e tanta força.

E tão logo o acordo é fechado... E você entende... Que o preço, de tirar uma dor, é igualmente doloroso... E que acabar com algo tão imediatamente, exige que algo ocupe o tempo que deveria ter sido passado por essa.

É assustador, quando sua própria imagem no espelho, lhe lembra exatamente a monstruosidade que fez a si próprio... A música que antes podia cantar tão alegremente, e disseminar a todos, agora parece em outra língua, e por mais que saiba do que se trata essa... ainda sim... Não consegue re-aprender a letra.

Você se torna tudo e nada para si... E tão logo a dor desaparece algo começa a crescer naquele mesmo espaço que antes a dor ocupava... A principio, o alivio parece ter tomando conta, como se algo tivesse engolido aquela dor... E então... Parece que... Não... Não para... E a mesma coisa que engoliu a dor, engole todo o resto...

Para alguns, o preço é uma memória, uma lembrança... Para outros um amor por outro.... Um pedaço de si, por algo de volta... E outros ainda uma vida... Por outra... Mas não esqueça nunca, que nenhum ser possui igual valor a outro, nem mais nem menos, são como moedas, ambas feitas de ouro, porém jamais equivalentes pois o selo que nelas é cravado pertence a reinos totalmente distintos, mesmo sendo feitas do mesmo material... Assim algo mais tem que equivale-las...

Vemos o preço dos nossos pequenos desejos sendo pagos no dia-a-dia, pequenas coisas que pedimos e conseguimos... Outras que perdemos em seguida, uma dor por outra... E esses somos nós, senhores dos acordos, sejam esses feitos por nós mesmos, ou por outros...

Mas não se deve nunca esquecer, que tudo precisa de equilíbrio, afinal é assim que o universo mantém sua ordem, o tempo e espaço precisam estar ocupados senão por uma coisa, por outra em seu lugar, pois assim deveria ser...

Não existem números impares..."o que acima, também abaixo."

É quase impossível prever o real resultado dos contratos já que quando esses são acordados não se é possível ler as clausulas, a única regra que está em jogo é "você quer? Então pague o preço."

janeiro 01, 2014

Festas de fim de ano.

Vira o ano, novos sonhos, novas esperanças,  tudo se renova na cabeça e nos corações dos homens. O homem assume sua dificuldade de lidar com as frustrações e entao em meio aos seus rituais e festividades  cria uma risca imaginaria onde deixa tudo para trás e pode sonhar denovo.

Um marco que pode ser estabelecido em qualquer dia, mas cria-se a conveniência que 1 de janeiro é melhor, quando na verdade nada significa esta data.

Os abraços, as promessas feitas em familia não passam de meras formalidades com um comprimento de "oi" e "tchau". E o bicho homem entrega-se de branco, no Brasil com um desesperar por paz e por harmonizar as energias, sendo que nada sente para que uma mudança verdadeira venha.

Comemoramos um ritual vazio, sem uma presença ou um propósito apenas pelo day off que parece pertinente. Os ritos de fim de ano, natal e ano novo,  viraram uma espectativa continua pelo tempo livre e pelo salário adicional. Mas nada de mistico acontece a esses homens que se entregam de cabeça a um plano vazio.

Eu não sinto nada, apenas uma solidão enorme, mesmo ao abraçar os meus entes queridos eu sinto apenas um vazio, e sono, um cansaso ancião e desconhecido de causa.

Procuro entender,  o que há de errado comigo ou na verdade eu vejo tudo de errado com os outros? A ausência do "sentir" me torna mais mortal ou imortal, pois não se pode matar aquilo que ja está morto, não se pode ferir aquilo que ja não não sente.

Para mim as festas de fim de ano soam como um cubo mágico onde tudo tenta se encaixar, e fazer sentido mas sem um propósito maior. Apenas o velho pensamento de 'precisa ser resolvido'.

Será que sou eu? Ou são todos oe outros?