Vira o ano, novos sonhos, novas esperanças, tudo se renova na cabeça e nos corações dos homens. O homem assume sua dificuldade de lidar com as frustrações e entao em meio aos seus rituais e festividades cria uma risca imaginaria onde deixa tudo para trás e pode sonhar denovo.
Um marco que pode ser estabelecido em qualquer dia, mas cria-se a conveniência que 1 de janeiro é melhor, quando na verdade nada significa esta data.
Os abraços, as promessas feitas em familia não passam de meras formalidades com um comprimento de "oi" e "tchau". E o bicho homem entrega-se de branco, no Brasil com um desesperar por paz e por harmonizar as energias, sendo que nada sente para que uma mudança verdadeira venha.
Comemoramos um ritual vazio, sem uma presença ou um propósito apenas pelo day off que parece pertinente. Os ritos de fim de ano, natal e ano novo, viraram uma espectativa continua pelo tempo livre e pelo salário adicional. Mas nada de mistico acontece a esses homens que se entregam de cabeça a um plano vazio.
Eu não sinto nada, apenas uma solidão enorme, mesmo ao abraçar os meus entes queridos eu sinto apenas um vazio, e sono, um cansaso ancião e desconhecido de causa.
Procuro entender, o que há de errado comigo ou na verdade eu vejo tudo de errado com os outros? A ausência do "sentir" me torna mais mortal ou imortal, pois não se pode matar aquilo que ja está morto, não se pode ferir aquilo que ja não não sente.
Para mim as festas de fim de ano soam como um cubo mágico onde tudo tenta se encaixar, e fazer sentido mas sem um propósito maior. Apenas o velho pensamento de 'precisa ser resolvido'.
Será que sou eu? Ou são todos oe outros?