maio 08, 2012

Season Finale: Review de uma Vida

A vida é um seriado? 

Todos já tiveram essa sensação, imagino. Alguns podem achar que a vida é uma novela (pobreza pega) , mas tanto faz... 

O fato é que todos já passaram por aquela situação onde tudo parece se resumir a um simples momento, a uma questão X, uma decisão que ou vai colocar uma pedra ou vai definitivamente alavancar a vida. Chamo esses fatos de Season Finale, que os amantes de séries como eu já sabem, é aquele episódio que foi escrito exclusivamente pra te colocar de joelhos. 

Bom, a verdade é que nunca um final de temporada é igual a outro... Cada vez o contexto é diferente, algumas histórias terminam e levam consigo personagens que até então eram parte crucial da existência da série... Outros ainda, acabam mostrando uma nova perspectiva... Seja como for... O roteirista, aquele que escreve a história, pode sempre fazer o que quiser com a trama e os personagens... Na vida real, nosso consciente é o protagonista e o inconsciênte é o roteirista... Afinal, não teria graça saber o que vai acontecer a cada capítulo. Dando um ângulo mais pessoal a esse post e um ótimo exemplo: o Season Finale de hoje acabou...

A temporada mais conturbada e dramática de todas... 6 meses de muito drama, e sentimentos fortes que até então meu personagem não tinha se quer imaginado que poderiam existir. É o fim... Doloroso, cheio de lágrimas e carregado de incertezas e dúvidas... O personagem que antes invicto e intocável, boêmio e cheio de sede por novas experiências, sofreu uma queda brusca na quarta temporada. Resultado da porralouquisse, o foda-se ligado 24hs teve suas consequências em um 2010... 

Acabando com o personagem literalmente pedindo ajuda para se salvar do fundo do poço... Os momentos de calma e recuperação do personagem se reerguendo vem na 5ª temporada, no começo de 2011, uma temporada de novas perspectivas: mudança de faculdade, mudança de emprego e todo um novo background de personagens. Porém ele se reconstrói e a 6ª temporada vem, onde surge o personagem que ninguém dava a mínima no começo, mas que se tornou toda a engrenagem e base da temporada, onde tudo na rotina do protagonista girava em torno desses desejos e sentimentos novos pelo até então desconhecido... 

O desconhecido se tornou o queridinho do publico, muito odiavam o jeito que ele deixou o personagem... Mesmo assim tudo parecia correr para um happy season finale, mas em apenas 4 episódios as coisas foram ao chão, percebendo o quão dominado por um alguém que com sorrisos meigos e palavras gentis, o manteve no limbo. Mesmo após o protagonista perguntar vezes e mais vezes se deveria insistir ou se estava apenas sendo parte de um jogo, a resposta verdadeira nunca vinha. Loucuras... 

Olhando no espelho, com nó entalado em sua garganta ele decide, com lágrimas nos olhos, Acabou... - Chega de mediocridade na rotina, chega de mediocridade com os amigos, chega de mediocridade com o cara que literalmente se tornou o cara dos sonhos, mas que nunca passou de uma linda e divertida hipótese que poderia ter dado super certo. Aquele momento em que a música toca... O reflexo do personagem destruído pela dor de sua decisão. 

Ele não vai conseguir dizer adeus, então ele simplesmente desaparece. Com as coisas suspensas no ar, ele escolhe se amar novamente, pois ninguém é digno disso se não for ele. E roubada a última música, é artístico quase poético, considerando que quem tenha escolhido ela seja aquele que causou isso... 

Vai ser difícil seguir, mas não importa... Cansei de esperar.

maio 06, 2012

A Rosa e o Rouxinol - Oscar Wilde


"Ela disse que dançaria comigo se eu lhe trouxesse rosas vermelhas", exclamou o jovem Estudante, "mas em todo o meu jardim não há nenhuma rosa vermelha."

Do seu ninho no alto da azinheira, o Rouxinol o ouviu, e olhou por entre as folhas, e ficou a pensar.

"Não há nenhuma rosa vermelha em todo o meu jardim!", exclamou ele, e seus lindos olhos encheram-se de lágrimas. "Ah, nossa felicidade depende de coisas tão pequenas! Já li tudo que escreveram os sábios, conheço todos os segredos da filosofia, e no entanto por falta de uma rosa vermelha minha vida infeliz."

"Finalmente, eis um que ama de verdade", disse o Rouxinol. "Noite após noite eu o tenho cantado, muito embora não o conhecesse: noite após noite tenho contado sua história para as estrelas, e eis que agora o vejo. Seus cabelos são escuros como a flor do jacinto, e seus lábios são vermelhos como a rosa de seu desejo; porém a paixão transformou-lhe o rosto em marfim pálido, e a cravou-lhe na fronte sua marca."

"Amanhã haverá um baile no palácio do príncipe", murmurou o jovem Estudante, "e minha amada estará entre os convidados. Se eu lhe trouxer uma rosa vermelha, ela há de dançar comigo até o dia raiar. Se lhe trouxer uma rosa vermelha, eu a terei nos meus braços, e ela deitará a cabeça no meu ombro, e sua mão ficará apertada na minha. Porém não há nenhuma rosa vermelha no meu jardim, e por isso ficarei sozinho, e ela passará por mim sem me olhar. Não me dará nenhuma atenção, e meu coração será destroçado."

"Sim, ele ama de verdade", disse o Rouxinol. "Aquilo que eu canto, ele sofre; o que para mim é júbilo, para ele é sofrimento. Sem dúvida, o Amor é uma coisa maravilhosa. É mais precioso do que as esmeraldas, mais caro do que as opalas finas. Nem pérolas nem romãs podem comprá-lo, nem é coisa que se encontre à venda no mercado. Não é possível comprá-lo de comerciante, nem pesá-lo numa balança em troca de ouro".

"Os músicos no balcão", disse o jovem Estudante, "tocarão seus instrumentos de corda, e meu amor dançará ao som da harpa e do violino. Dançará com pés tão leves que nem sequer hão de tocar no chão, e os cortesãos, com seus trajes coloridos, vão cercá-la. Porém comigo ela não dançará, porque não tenho nenhuma rosa vermelha para lhe dar." E jogou-se na grama, cobriu o rosto com as mãos e chorou. 

"Por que chora ele?", indagou um pequeno Lagarto Verde, ao passar correndo com a cauda levantada.

"Sim, por quê?", perguntou uma Borboleta, que esvoaçava em torno de um raio de sol.

"Sim, por quê?", sussurrou uma Margarida, virando-se para sua vizinha, com uma voz suave.

"Ele chora por uma rosa vermelha", disse o Rouxinol.

"Uma rosa vermelha?", exclamaram todos. "Mas que ridículo!" E o pequeno Lagarto, que era um tanto cínico, riu à grande.

Porém o Rouxinol compreendia o segredo da dor do Estudante, e calou-se no alto da azinheira, pensando no mistério do Amor.

De repente ele abriu as asas pardas e levantou vôo. Atravessou o arvoredo como uma sombra, e como uma sombra cruzou o jardim.

No centro do gramado havia uma linda Roseira, e quando a viu o Rouxinol foi até ela, pousando num ramo.

"Dá-me uma rosa vermelha", exclamou ele, "que cantarei meu canto mais belo para ti". 

Porém a Roseira fez que não com a cabeça.

"Minhas rosas são brancas", respondeu ela, "tão brancas quanto a espuma do mar, e mais brancas que a neve das montanhas. Porém procura minha irmã que cresce junto ao velho relógio de sol, e talvez ela possa te dar o que queres."

Assim, o Rouxinol voou até a Roseira que crescia junto ao velho relógio de sol.

"Dá-me uma rosa vermelha", exclamou ele, "que cantarei meu canto mais belo para ti."

Porém a Roseira fez que não com a cabeça.

"Minhas rosas são amarelas", respondeu ela, "amarelas como os cabelos da sereia que está sentada num trono de âmbar, e mais amarelas que o narciso que floresce no prado quando o ceifeiro ainda não veio com sua foice. Porém procura minha irmã que cresce junto à janela do Estudante, e talvez ela possa te dar o que queres."

Assim, o Rouxinol voou até a Roseira que crescia junto à janela do Estudante.

"Dá-me uma rosa vermelha", exclamou ele, "que cantarei meu canto mais belo para ti."

Porém a Roseira fez que não com a cabeça.

"Minhas rosas são vermelhas", respondeu ela, "vermelhas como os pés da pomba, e mais vermelhas que os grandes leques de coral que ficam a abanar na caverna no fundo do oceano. Porém o inverno congelou minhas veias, e o frio queimou meus brotos, e a tempestade quebrou meus galhos, e não darei nenhuma rosa este ano."

"Uma única rosa vermelha é tudo que quero", exclamou o Rouxinol, só uma rosa vermelha! Não há nenhuma maneira de consegui-la?"

"Existe uma maneira", respondeu a Roseira, "mas é tão terrível que não ouso te contar." 

"Conta-me", disse o Rouxinol. "Não tenho medo."

"Se queres uma rosa vermelha", disse a Roseira, "tens de criá-la com tua música ao luar, e tingi-Ia com o sangue de teu coração. Tens de cantar para mim apertando o peito contra um espinho. A noite inteira tens de cantar para mim, até que o espinho perfure teu coração e teu sangue penetre em minhas veias, e se torne meu."

"A Morte é um preço alto a pagar por uma rosa vermelha", exclamou o Rouxinol, "e todos dão muito valor à Vida. É agradável, no bosque verdejante, ver o Sol em sua carruagem de ouro, e a Lua em sua carruagem de madrepérola. Doce é o perfume do pilriteiro, e as belas são as campânulas que se escondem no vale, e as urzes que florescem no morro. Porém o Amor é melhor que a Vida, e o que é o coração de um pássaro comparado com o coração de um homem?"

Assim, ele abriu as asas pardas e levantou vôo. Atravessou o jardim como uma sombra, e como uma sombra voou pelo arvoredo.

O jovem Estudante continuava deitado na grama, onde o Rouxinol o havia deixado, e as lágrimas ainda não haviam secado em seus belos olhos.

"Regozija-te", exclamou o Rouxinol, "regozija-te; terás tua rosa vermelha. Vou criá-la com minha música ao luar, e tingi-la com o sangue do meu coração. Tudo que te peço em troca é que ames de verdade, pois o Amor é mais sábio que a Filosofia, por mais sábia que ela seja, e mais poderoso que o Poder, por mais poderoso que ele seja. Suas asas são da cor do fogo, e tem a cor do fogo seu corpo. Seus lábios são doces como o mel, e seu hálito é como o incenso.

O Estudante levantou os olhos e ficou a escutá-lo, porém não compreendia o que lhe dizia o Rouxinol, pois só conhecia as coisas que estão escritas nos livros.

Mas o Carvalho compreendeu, e entristeceu-se, pois ele gostava muito do pequeno Rouxinol que havia construído um ninho em seus galhos.

"Canta uma última canção para mim", sussurrou ele; "vou sentir-me muito solitário depois que tu partires."

Assim, o Rouxinol cantou para o Carvalho, e sua voz era como água jorrando de uma jarra de prata.

Quando o Rouxinol terminou sua canção, o Estudante levantou-se, tirando do bolso um caderno e um lápis.

"Forma ele tem", disse ele a si próprio, enquanto se afastava, caminhando pelo arvoredo, "isso não se pode negar; mas terá sentimentos? Temo que não. Na verdade, ele é como a maioria dos artistas; só estilo, nenhuma sinceridade. Não seria capaz de sacrificar-se pelos outros. Pensa só na música, e todos sabem que as artes são egoístas. Mesmo assim, devo admitir que há algumas notas belas em sua voz. Pena que nada signifiquem, nem façam nada de bom na prática." E foi para seu quarto, deitou-se em sua pequena enxerga e começou a pensar em seu amor; depois de algum tempo, adormeceu.

E quando a Lua brilhava nos céus, o Rouxinol voou até a Roseira e cravou o peito no espinho. A noite inteira ele cantou apertando o peito contra o espinho, e a Lua, fria e cristalina, inclinou-se para ouvir. A noite inteira ele cantou, e o espinho foi se cravando cada vez mais fundo em seu peito, e o sangue foi-lhe escapando das veias.

Cantou primeiro o nascimento do amor no coração de um rapaz e de uma moça. E no ramo mais alto da Roseira abriu-se uma rosa maravilhosa, pétala após pétala, à medida que canção seguia canção. Pálida era, de início, como a névoa que paira sobre o rio - pálida como os pés da manhã, e prateada como 
as asas da alvorada. Como a sombra de uma rosa num espelho de prata, como a sombra de uma rosa numa poça d' água, tal era a rosa que floresceu no ramo mais alto da Roseira.

Porém a Roseira disse ao Rouxinol que se apertasse com mais força contra o espinho. Aperta-te mais, pequeno Rouxinol", exclamou a Roseira, "senão o dia chegará antes que esteja pronta a rosa."

Assim, o Rouxinol apertou-se com ainda mais força contra o espinho, e seu canto soou mais alto, pois ele cantava o nascimento da paixão na alma de um homem e uma mulher.

E um toque róseo delicado surgiu nas folhas da rosa, tal como o rubor nas faces do noivo quando ele beija os lábios da noiva. Porém o espinho ainda não havia penetrado até seu coração, e assim o coração da rosa permanecia branco, pois só o coração do sangue de um Rouxinol pode tingir de vermelho o coração de uma rosa.

E a Roseira insistia para que o Rouxinol se apertasse com mais força contra o espinho. "Aperta-te mais, pequeno Rouxinol", exclamou a Roseira, "senão o dia chegará antes que esteja pronta a rosa."

Assim, o Rouxinol apertou-se com ainda mais força contra o espinho, e uma feroz pontada de dor atravessou-lhe o corpo. Terrível, terrível era a dor, e mais e mais tremendo era seu canto, pois ele cantava o Amor que é levado à perfeição pela Morte, o Amor que não morre no túmulo.

E a rosa maravilhosa ficou rubra, como a rosa do céu ao alvorecer. Rubra era sua grinalda de pétalas, e rubro como um rubi era seu coração.

Porém a voz do Rouxinol ficava cada vez mais fraca, e suas pequenas asas começaram a se bater, e seus olhos se embaçaram. Mais e mais fraca era sua canção, e ele sentiu algo a lhe sufocar a garganta.

Então desprendeu-se dele uma derradeira explosão de música. A Lua alva a ouviu, e esqueceu-se do amanhecer, e permaneceu no céu. A rosa rubra a ouviu, e estremeceu de êxtase, e abriu suas pétalas para o ar frio da manhã. O Eco vou-a para sua caverna púrpura nas montanhas, e despertou de seus 
sonhos os pastores adormecidos. A música flutuou por entre os juncos do rio, e eles leva ram sua mensagem até o mar.

"Olha, olha!", exclamou a Roseira, "a rosa está pronta." Porém o Rouxinol não deu resposta, pois jazia morto na grama alta, com o espinho cravado no coração.

E ao meio-dia o Estudante abriu a janela e olhou para fora.

"Ora, mas que sorte extraordinária!", exclamou. "Eis aqui uma rosa vermelha! Nunca vi uma rosa semelhante em toda minha vida. É tão bela que deve ter um nome comprido em latim." E, abaixando-se, colheu-a.

Em seguida, pôs o chapéu e correu até a casa do Professor com a rosa na mão.

A filha do Professor estava sentada à porta, enrolando seda azul num carretel, e seu cãozinho estava deitado a seus pés.

"Disseste que dançarias comigo se eu te trouxesse uma rosa vermelha", disse o Estudante. "Eis aqui a rosa mais vermelha de todo o mundo. Tu a usarás junto ao teu coração, e quando dançarmos ela te dirá quanto te amo."

Porém a moça franziu a testa.

"Creio que não vai combinar com meu vestido", respondeu ela; "e, além disso, o sobrinho do Tesoureiro enviou-me jóias de verdade, e todo mundo sabe que as jóias custam muito mais do que as flores."

"Ora, mas és mesmo uma ingrata", disse o Estudante, zangado, e jogou a rosa na rua; a flor caiu na sarjeta, e uma carroça passou por cima dela.

"Ingrata!", exclamou a moça. "Tu é que és muito mal-educado; e quem és tu? Apenas um Estudante. Ora, creio que não tens sequer fivelas de prata em teus sapatos, como tem o sobrinho do Tesoureiro." E, levantando-se, entrou em casa.

"Que coisa mais tola é o Amor!", disse o Estudante enquanto se afastava. "É bem menos útil que a Lógica, pois nada prova, e fica o tempo todo a nos dizer coisas que não vão acontecer, e fazendo-nos acreditar em coisas que não são verdade. No final das contas, é algo muito pouco prático, e como em nossos tempos ser prático é tudo, vou retomar a Filosofia e estudar Metafísica."

Assim, voltou para seu quarto, pegou um livro grande e poeirento, e começou a ler.

maio 04, 2012

Paciência - Quanto tempo é tempo demais?


6 meses...
Todo mundo pode pensar que é 'ah que lindo faz 6 meses que vocês tão juntos', não...' I don't do relation ships - remember' a frase mais amada e odiada no mundo gay... Todos estão insatisfeitos com a solidão... Mas por que é tão difícil ter alguém? 

Eu era o mestre de me gabar pela eterna solteirisse... Quem precisa de relacionamento quando se tem os amigos, a bebida e a noite... Bom eu posso falar, eu não estou procurando um namorado, ou pelo menos não estava... Mas ai depois de lindos 20 anos perfeitos e somente SEUS, aparece aquela pessoa... No lugar mais improvável do mundo...

 Tudo começa com aquela conversinha tipo 'ok vamos sondar e ver se você não é nenhum maniaco do parque' e enfim... Dessa surgem dias e dias, semanas... e já se passaram 6 meses. 6 meses se falando todos os dias... nem que seja um simples 'OI' eu não sou paciênte, confesso que falo com as pessoas uma semana no máximo e se a pessoa me interessa, nos encontramos e conversamos pessoalmente e pronto. 

Não tenho tempo pra me iludir... Mas não foi assim... 6 meses e menos de 7 horas juntos... Somando isso a míseros 2 encontros... 

Eu não consigo mais ter minha rotina... Eu fico o tempo todo pensando nele... Eu to cansado da minha rotina meu único conforto é ele por uma telinha minúscula... E não é como se morássemos em continentes diferentes... Moramos a pouquíssimos minutos de distância... Mas como lidar com um sentimento que você sabe que não é correspondido ainda sim você aceita os placebos e finge que não está vendo nada...

Não é uma simples exigência... Take me or leave me... Eu não sou bom em controlar minhas emoções principalmente quando o mundo inteiro está caindo na minha cabeça... É tão difícil o convívio comigo? Eu demoro 20 anos pra falar 'ok essa pessoa é diferente' e ele simplesmente está 'ocupado demais' pra mim... EU preciso quase que implorar por alguns minutos do lado dele... 

Falamos todos os dias durante horas, mas apenas palavras em uma janela de chat seja no face ou no whatsapp... Eu me submeti eu me ajoelhei e ele simplesmente não liga... Os amigos são mais importantes, tudo é mais importante... 

EU não o culpo por isso, por que eu mesmo já fui assim anos... Porém tudo que peço é uma resposta a 'Você quer algo mais de mim?' eu demorei meses de terapia pra assumir a patética verdade de que eu me apaixonei pelo ‘cara do meu facebook’ eu sobre todas as pessoas, o cara que sempre pregou “NÃO EXISTE ESSE TIPO DE BESTEIRA DE PAIXÃO VIRTUAL”  - Eu que abominava isso.

Eu ainda custo a aceitar que ninguém mais me importa se ele não estiver falando comigo... Falando, falando é tudo que consigo... Saimos juntos, jantamos juntos e o maximo que nos encostamos foi um abraço na hora q nos encontramos. Só... Menos de 1min de contato... E nada... Sem contato de mão sem nada... Apenas a distância física e as palavras saindo de nossas bocas sobre assuntos triviais...

Eu devo estar pagando algum tipo de preço que não posso ter contato físico com quem eu gosto... Eu mal consigo ficar com pessoas na noite por que ele é o único em quem eu penso... E eu sei que a reciproca não é a mesma... 

O assunto entre nós é de 'segunda a sexta final da tarde' pois depois disso os amigos estão juntos, a balada está lá e ele tem tudo... e eu não sou mais necessário... 

Necessário... eu conheço a pessoa e ela me mostra com palavras que 'não sou assim (um grande filho da puta)' mas o que ele faz comigo... é uma grande babaquisse... Por acaso minha presença só é tolerada através de uma telinha de LCD?!

Eu vivia chutando os caras que apareciam... Mas agora... O único cara que eu quero 'não está tão afim... ' 

Karma... É bem possível que isso seja a explicação... Mas quanto mais eu posso aguentar essa situação... Eu sinto como se eu fosse uma merda de um boneco de gesso que ninguém quer brincar mas todos querem ter na prateleira...

Eu estou um caos... Me sentindo um lixo... E não é o draminha 'ai ninguém me ama' a coisa está ficando séria... Eu sempre desejei que minha vida fosse uma série de televisão, mas nunca pensei que seria tão duro sentir tudo isso na pele...

Apesar da dor, da tristeza e da solidão que eu sinto sem revés de retribuição, apenas a sendo colocado como a pessoa com que converso todos os dias... Ainda sim... Não consigo me distanciar dele muito menos odiá-lo,, apenas me odiar por ser tão patético mesmo isso passa nos minutos em que falamos... Meu pecado é amar alguém que nunca será mais do que uma linda ideia, a ideia de que um dia eu posso estar com ele... 

Não consigo deixar de amá-lo e isso pra mim é tão injusto... por que não posso ser só seu amigo como você tanto deseja...