julho 30, 2013

Confiança...

Frágil, como o gelo fino do começo do inverno, que lentamente vai cobrindo um lago conforme avança...

Muitas vezes olhamos para o lago que parece solido como o chão, coberto por uma camada expressa de neve. Porém essa é uma impressão falha, e no menor vacilo ou na tentativa de arriscar se aventurar sobre o lago a fina camada de gele se rompe.

Todo o resto fica comprometido, e você pode infelizmente afundar num lago de mil facas, que penetram seu corpo e o violam sem poupar pedaço.

A confiança, não é algo difícil, é apenas um processo demorado... Como o gelo sobre um lago no inverno.

Requer tempo, paciência e principalmente requer que não seja testada a cada instante, pois do contrário essa nunca se fortalecerá, e nunca passará de um pedaço de gelo boiando num lago escuro.

Muitas pessoas colocam sua confiança em prova constantemente, mesmo essa nem ter começado a cobrir metade do lago, a culpa é então do lago, do tempo, de tudo menos de quem se aventura sobre a superfície instável - é isso que pensa esse aventureiro imbecil.

Não existe formula mágica para confiança, assim como não controlamos as temperaturas ou o cair da neve.
As vezes as circunstâncias são providenciais, um inverno rigoroso um lago distante e pouco movimentado, um local onde a paciência e natureza cooperam para que a camada de gelo se forme.

Em um campo é muito mais fácil disso acontecer, existe muito menos interferência humana no tempo das coisas, e muito mais a força da natureza, ao contrário da cidade que testa constantemente as forças da natureza e desafia o tempo tentando controlá-lo.

Nossas relações na cidade grande se tornaram algo que coexiste com a sensação de um controle constante, tentamos controlar o tempo, controlar os fatores, o clima, as pessoas e nosso próprios sentimentos.

Escolhemos quando queremos sentir, não sentir ou deixar de sentir, temos formulas e respostas a nossa volta para todos os problemas, desde os mais sérios até mesmo os mais banais e raramente procuramos as respostas ou as causas dos nossos problemas em nós mesmos.

Vivemos tão sobrepostos uns nos outros na cidade que é muito fácil culpar o próximo por nossas próprias falhas, ou pior ainda... Adimitir nossas próprias falhas.