agosto 10, 2013

Oblivion

Olhe para frente...

Tudo que enxerga são as cinzas. Resquícios da destruição que você mesmo causou...

Você escolheu, você abraçou as sombras... E de repente todas as escolhas parecem ter sido as escolhas erradas...

'Let it Burn..' foi a frase que aplicou.... E sim você queimou, e queimou... E de repente, tudo que restou foram as cinzas de sonhos, cinzas do seus ideais... Cinzas do seu passado... Seu poder se tornou cinzas, e seu único poder é o de criar cinzas...

As flores não brotam no jardim, não existem mais sentimentos, não existe mais construção. apenas a destruição. O caos o absorveu completamente.

Não se vê mais nada... As forças se exauriram, assim como suas crenças, sua alma e sua magia...

Nem uma análise racional, nem espiritual e muito menos emocional podem te resgatar do abismo frio do esquecimento, a solidão tão absoluta que a mera lembrança de sentimentos honestos é quase um mito, uma utopia da mente tão distante e inexistente que não pode ser levada em conta.

Você é sua sobras, você é a mero rabisco do seu antigo eu. Seu brilho se apagou e tudo que quer agora é um sono eterno, sonhando que ao dormir tudo isso não passará de um pesadelo e a verdadeira realidade despertará.

Você se sente com medo sempre de admitir que tem medo da constante necessidade de experimentar as coisas como se você vivesse para um adeus que pode chegar a qualquer momento. É como se você soubesse, como se sempre soubesse que tudo pode acabar e tem de levar o máximo de experiências consigo...

Sua fome, seu desejo é puro medo.

Hoje confrontei fantasmas públicos de alguém que sentiu na pele a não existência de alguém que era amado e se tornou o verdadeiro amor após partir. O abismo que se abre na alma de quem fica é algo tão absurdo que uma realidade paralela nasce para que essa possa sobreviver ao dia a dia.

Ausências, essas fazem com que um lado totalmente novo desperte em nós... Um lado que pensamos nunca existir.

Quem você se tornou? Um dia foi o amanhecer de um dia ensolarado de primavera, de flores frescas e vida correndo pulsando nas veias. Aos poucos a primavera esfriou e hoje não passa de um fim de tarde cinzento de inverno. Com folhas murchas na arvore, desesperado por frutos mais com pouca perspectiva de aguentara até a próxima estação uma vez mais.

Onde está minha antiga luz? Meu antigo EU? Não existem mais perspectivas... Nada mais... Apenas o vazio. O que me tornei?

Dia após dia, um ser mais indiferente, mais gelado desesperado para que algumas poucas lágrimas brotem do meus olhos e aliviem esse enorme vazio que se instaura dentro de mim. O vazio não sangra... pelo contrário, ele engole tudo, inclusive suas lágrimas, e cada vez que essas ameaçam brotar dos olhos, esse as engole e aumenta.

Até onde vai o meu vazio? O quanto mais eu aguento correndo de mim mesmo e de encarar o monstro que me tornei.

Bonecos podem ser inexpressivos ou expressivos, mas algo não muda neles, são lindos rostos cheios de nada em seu interior.