Memórias...
De repente as memórias do espelho limpo parecem cada vez mais separadas, onde estão aqueles mesmos amigos que tudo faziam juntos? Para onde foram as noites de risadas, os ciclos de loucura deliciosos... Que faziam mesmo as semanas mais pesadas, leves.
Cada um foi para um canto, viver uma vida diferente, e de repente não existem mais memórias de quem fomos, só uma saudades de um passado tão tão distante.
Será que aqueles anos não passam de um conto de fadas?
O que será de nós hoje? E amanhã? Eternos escravos de um futuro melhor que só afasta o passado... Talvez seja tarde demais pra voltar atrás... Tudo é diferente...
Saudades... Só essa é que igual...
A fumaça, as cores, os gostos e sabores... Jovens anos tão mais jovens do que sou hj, mesmo jovem eu ainda sendo, é nas rugas dos que me cercam que acompanho os anos que passaram.
Que saudades que tenho do tempo que a vida começava no crepúsculo, e os dias só terminavam com o cigarro apagado no sereno das paredes, na esquina de casa, com os pássaros acordado e o sol raiando, e eu me deitando com os olhos borrados, o cheiro de álcool e a satisfação de mesmo morrendo estar vivo.
Saudades quando as pequenas mortes me davam vida...
Saudades das primeiras experiências, das eternas e únicas primeiras vezes, que encantam para sempre o ciclo de coisas, afinal nada é mais eterno que uma primeira vez... Meu primeiro cigarro, minha primeira cerveja, meu primeiro beijo...
Meu primeiro Eu.
Glória aos tempos de Glória.
Tell me what to swallow. - Crystal Castels
